Devil's Work

Fé, luto e crítica social em “Devil's Work” de Joyner Lucas

Em “Devil's Work”, Joyner Lucas expõe o conflito entre fé e desespero, simbolizado no videoclipe pela presença da Bíblia ao lado de uma garrafa de Hennessy. O rapper adota um tom direto e emocional para questionar Deus sobre a aparente injustiça na escolha de quem vive e quem morre. Ele cita figuras admiradas, como Tupac, Biggie, Nipsey Hussle, Selena, Aaliyah, Martin Luther King Jr. e Malcolm X, pedindo: “trade us back all the real ones, remove the fakes” (traga de volta todos os verdadeiros, remova os falsos). Ao mesmo tempo, menciona pessoas vistas como negativas, como Suge Knight, Donald Trump, R. Kelly e Dylann Roof, que continuam vivas, expressando sua dor e indignação diante dessas perdas.

A letra traz referências diretas a eventos e pessoas reais, conectando tragédias pessoais e coletivas à sensação de abandono e injustiça. Joyner Lucas menciona casos como Trayvon Martin e Sandra Bland para evidenciar a violência sistêmica e o racismo, enquanto nomes como Tomi Lahren e Laura Ingraham, que geraram polêmica fora da música, reforçam o tom de crítica e responsabilização. O título “Devil's Work” sugere que o sofrimento e as perdas não são culpa de Deus, mas sim resultado do mal no mundo, como reforçado no verso final: “I know this ain't your fault, it's the devil's work” (eu sei que isso não é sua culpa, é obra do diabo). Assim, a música se transforma em um desabafo sobre luto, injustiça e a busca por respostas, convidando o ouvinte a refletir sobre moralidade, fé e responsabilidade coletiva.