A Sobra do Baralho
Júlio Nobre
O coringa anda indeciso
Com a cabeça confusa
Quem sabe seja preciso
Ser outra coisa
Ele veste a máscara trágica
Do escárnio da sociedade
Pois não entende de mágica
E nem de piada
Ou palhaçada
O coringa vive seu delírio
E a vida distorcida
Não existe um só colírio
Pra mudar a vida cinza
Coringa tem uma verdadeira face?
O cigarro é a extensão do seu corpo
Ele é seu próprio disfarce
Está morto
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