Scooby-Doo

Nostalgia e autoconhecimento em “Scooby-Doo” de K o d a

Em “Scooby-Doo”, K o d a (BR) transforma o universo leve e divertido do desenho animado em um cenário mais sombrio, misturando nostalgia com suspense e terror psicológico. A música utiliza imagens como “uma pequena estrada / E um castelo no fim / Tão mal iluminada” e menciona um “fantasma terrível do inferno”, criando um clima que remete aos episódios clássicos da série, mas com uma carga emocional mais intensa. Esses elementos sugerem que os mistérios enfrentados pelo grupo Mistério S/A funcionam como metáforas para medos internos e ansiedades pessoais.

A letra destaca as características de cada personagem — Velma como a inteligente, Fred como o bonito, Daphne como sincera e Salsicha como o esquisito — reforçando o espírito de equipe, mas também brincando com os estereótipos do desenho. O verso “Mas entre todos eles a estrela aparece, mas de novo ele sumiu / Scooby doo cadê você?” faz referência à ausência de Scooby nos momentos de perigo, funcionando também como metáfora para a busca por coragem em meio ao caos. Na segunda metade, a música adota um tom mais sombrio, com a voz narrativa assumindo um papel quase de vilão: “Eu sou o próprio sussurro, eu que te olho do escuro... Eu sou a mente do puro amor mas também sou a dor que todos eles sentem”. Aqui, K o d a explora a dualidade entre medo e afeto, sugerindo que o “fantasma” representa sentimentos contraditórios do narrador.

No final, a música mantém o tom de homenagem à série, citando a dúvida clássica de Velma sobre Scooby ser um cachorro falante, mas vai além da nostalgia. K o d a usa o universo de “Scooby-Doo” para abordar temas como insegurança, desejo de pertencimento e o enfrentamento dos próprios monstros internos, tudo com uma linguagem acessível e cheia de referências para quem cresceu assistindo ao desenho.