Flow Flaflu

Ironia e autenticidade no rap em “Flow Flaflu” de Kant

Em “Flow Flaflu”, Kant faz uso de ironia e sarcasmo para criticar a superficialidade e a falta de autenticidade que ele percebe no rap atual. Um dos exemplos mais marcantes é quando ele contrapõe “Maison Margiela” (marca de luxo) com “Jason martela”, sugerindo que, enquanto muitos ostentam marcas caras, ele prefere “martelar” com agressividade e verdade, mostrando sua postura direta. A referência a “Creysson na tela / Embromeixon na certa” reforça o tom de deboche, usando o personagem humorístico Creysson para ilustrar rappers que, segundo ele, apenas “embromam” – ou seja, enrolam o público com letras vazias, como indica a gíria “embromeixon”.

Kant também faz provocações ao afirmar “Sem beat fofinho minha vida não é Looney Tunes”, deixando claro que sua trajetória é marcada por dificuldades reais, em contraste com artistas que tratam o rap como mero entretenimento. A crítica se aprofunda quando ele ironiza rappers que “passam mais tempo fazendo a unha do que a própria letra”, apontando para a priorização da imagem em detrimento do conteúdo, algo que ele já destacou em entrevistas. A menção a “airsoft” serve para desmerecer adversários que, segundo ele, usam letras fracas, comparando-os a quem brinca de guerra com armas de brinquedo. Ao longo da música, Kant reafirma sua autenticidade e domínio, misturando humor, sarcasmo e críticas diretas para valorizar a substância e a verdade no rap.