Role Play (part. Pedro Qualy)

A Dualidade e a Busca por Status em 'Role Play' de Kant e Pedro Qualy

A música 'Role Play' de Kant, com participação de Pedro Qualy, é uma exploração lírica da dualidade e das complexidades da vida moderna, especialmente no contexto urbano e periférico. A repetição do termo 'Role Play' sugere uma vida de encenações e papéis que os indivíduos assumem para sobreviver e prosperar em um ambiente muitas vezes hostil e cheio de desafios. A referência à 'Matrix' e à 'dupla personalidade' indica uma existência fragmentada, onde a realidade e a fantasia se misturam, e as pessoas precisam se adaptar constantemente a diferentes situações e expectativas.

A letra também aborda a questão das dificuldades financeiras e a busca incessante por status e reconhecimento. A menção ao 'Pix' e ao 'endividado' reflete a realidade econômica de muitos brasileiros, que lutam para equilibrar suas finanças enquanto aspiram a uma vida melhor. A busca por 'fama' e 'grana' é um tema recorrente, mostrando o desejo de ascensão social e a pressão para alcançar um estilo de vida mais confortável e glamouroso. No entanto, essa busca é frequentemente acompanhada por riscos e perigos, como indicado pela presença constante da polícia ('cop no meu pé') e a necessidade de se proteger ('I get it a gun').

Além disso, a música faz uso de várias referências culturais e metáforas para ilustrar a complexidade da vida dos artistas. A menção ao 'Bonde do Coringa' e ao 'Zap' no baralho sugere uma vida de apostas e incertezas, onde cada movimento pode ser decisivo. A referência a '29 lados' e '29 salmos' indica uma multiplicidade de caminhos e escolhas, cada um com suas próprias consequências. A letra também toca em temas de saúde mental, como a menção à 'tourette' e ao 'doente', sugerindo que a pressão e o estresse da vida moderna podem ter um impacto significativo no bem-estar psicológico dos indivíduos.