Cilada

Desilusão e amadurecimento em "Cilada" do Katinguelê

"Cilada", do Katinguelê, vai além de uma simples história de decepção amorosa. A letra revela, de forma sutil, uma crítica ao oportunismo nas relações, sem recorrer a acusações diretas ou ressentimento explícito. O narrador demonstra empatia ao lembrar que se comoveu com a história da mulher, reconhecendo suas dificuldades e o desejo dela de se reencontrar: “Me comovi com sua história / A qual se perder na vida / Tão decidida / Querendo se encontrar”. No entanto, ao perceber que ela se afastou ao encontrar alguém “que teve alguma sorte a mais na vida do que eu”, ele sugere que a motivação dela era mais material ou ligada a oportunidades do que ao sentimento.

O tom direto e sincero da música reforça a sensação de desilusão, mas também de aprendizado. O narrador admite ter se apaixonado de verdade, mas se vê questionando onde errou ao perceber que “só palavras, sentimentos / Não te faziam mais feliz”. A letra deixa claro que, para a mulher, o amor não era prioridade: “Pra você o amor é nada / Foi tão fingida / Oportunista”. Apesar da mágoa, há um resquício de carinho e preocupação, evidenciado quando ele diz que ficaria feliz ao saber que ela se mantém “longe dos programas”, mostrando cuidado com o futuro dela. Assim, "Cilada" aborda não só a decepção, mas também a superação e a capacidade de seguir em frente após perceber que foi enganado por alguém em busca de vantagens.