DNA.

Orgulho e resistência em "DNA." de Kendrick Lamar

Em "DNA.", Kendrick Lamar utiliza a repetição marcante de “I got loyalty, got royalty inside my DNA” para afirmar o orgulho de sua herança e desafiar estereótipos impostos à comunidade negra americana. O termo “DNA” funciona como uma metáfora poderosa, indicando que características como força, ambição, dor e resiliência são parte fundamental de sua identidade, moldadas tanto pela ancestralidade quanto pelas experiências pessoais. O videoclipe, com Don Cheadle no papel de policial trocando versos com Kendrick, reforça o confronto entre a identidade negra e sistemas de opressão, além de brincar com o alter ego “Kung Fu Kenny”, conectando a música à trajetória do artista.

A produção intensa da faixa, especialmente na segunda metade, simula uma batalha, refletindo as lutas internas e externas de Kendrick para afirmar quem é. Versos como “I got dark, I got evil that rot inside my DNA” (Eu tenho escuridão, tenho o mal que apodrece dentro do meu DNA) e “I know murder, conviction, burners, boosters, burglars, ballers, dead, redemption” (Eu conheço assassinato, condenação, armas, ladrões, arrombadores, jogadores, morte, redenção) mostram tanto o lado sombrio quanto a busca por redenção presentes em sua história e na de muitos afro-americanos. Ao dizer “My DNA not for imitation / Your DNA an abomination” (Meu DNA não é para imitação / Seu DNA é uma abominação), Kendrick rejeita a apropriação cultural e reafirma a singularidade de sua vivência. Assim, "DNA." se torna um manifesto de orgulho, resistência e autoconhecimento, usando o DNA como símbolo de tudo o que foi herdado e enfrentado por ele e sua comunidade.