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Afirmação e resistência em "i" de Kendrick Lamar

Em "i", Kendrick Lamar transforma experiências de dor, violência e opressão em um manifesto de afirmação e resistência. O refrão repetido, "I love myself" (Eu me amo), vai além de um simples mantra de autoestima: é uma resposta direta ao ambiente hostil descrito nos versos, como em "The world is a ghetto with big guns and picket signs" (O mundo é uma favela com armas grandes e cartazes de protesto). A capa do single, que mostra membros de gangues rivais formando um coração, reforça a mensagem de que a união e a mudança positiva são possíveis, mesmo em meio ao caos.

Kendrick aborda temas como brutalidade policial, depressão e a pressão de crescer em comunidades marcadas pela violência, exemplificado em "They wanna say it's a war outside and a bomb in the street / And a gun in the hood, and a mob of police" (Eles querem dizer que há uma guerra lá fora e uma bomba na rua / E uma arma na quebrada, e uma multidão de policiais). Ele também fala sobre suas batalhas internas, como a luta contra a depressão e pensamentos suicidas, mas insiste na importância de se reerguer: "He said I gotta get up, life is more than suicide" (Ele disse que eu preciso me levantar, a vida é mais do que suicídio). O uso do sample de "That Lady" dos Isley Brothers conecta a música às raízes do soul, sugerindo que resgatar tradições pode ser um caminho para construir algo novo e positivo. Assim, "i" se consolida como um hino de superação, incentivando o amor-próprio e a esperança diante das adversidades.