BOOSKA CHAUD COLAT (part. Booska-P)

Ambição e realidade urbana em “BOOSKA CHAUD COLAT”

O título “BOOSKA CHAUD COLAT” faz um trocadilho com “chocolat chaud” (chocolate quente), misturando intensidade e ironia para definir o tom da faixa. La Rvfleuze usa essa brincadeira para indicar que o som é quente, pesado e direto, além de fazer referência ao ambiente das ruas, onde tudo é intenso e imprevisível. A letra traz imagens urbanas e códigos do rap francês, como em “La Serrure, Booska-p, Sokol, Eliyel, on vient t'handicaper” (“La Serrure, Booska-p, Sokol, Eliyel, viemos te prejudicar”), destacando a força do coletivo e a disposição para enfrentar qualquer obstáculo, sem piedade para os rivais: “y aura pas d'rescapé” (“não vai ter sobrevivente”).

A música gira em torno da vida nas ruas, do corre diário e da busca por reconhecimento. Isso aparece em versos como “Un son en une heure, j'veux mon soulier en or” (“Uma música em uma hora, quero meu sapato de ouro”), onde o “sapato de ouro” simboliza a ambição de conquistar status e sucesso rapidamente, sem depender de sorte ou apostas: “J'fais du cash j'compte pas sur Winamax” (“Faço dinheiro, não conto com a Winamax”). As referências a marcas, esportes e personalidades, como Piero Hincapié, Nicolas Batum e Félix Auger-Aliassime, reforçam o clima de competição e superação. Frases como “J'men bat les couilles du regard des gens” (“Não ligo para o que os outros pensam”) mostram o desprezo pelas opiniões alheias e a autoconfiança. O uso de gírias e metáforas ligadas ao tráfico e à vida noturna, como “j'bicrave que d'la zipette” (“vendo só pequenas quantidades”) e “j'mets dans un grinder” (“coloco no triturador”), traz autenticidade e conecta a letra ao cotidiano das ruas de Paris e à trajetória de La Rvfleuze.