All For Us

Sacrifício e amadurecimento em "All For Us" de Labrinth

Em "All For Us", Labrinth explora o peso do sacrifício pessoal e da responsabilidade familiar. A repetição de frases como “I'm taking it all for us” e “I'm doing it all for love” (“Estou assumindo tudo por nós” / “Estou fazendo tudo por amor”) destaca o compromisso extremo do personagem em colocar as necessidades dos outros acima das suas, indo além do altruísmo comum. O trecho “Mumma making ends meet / Working like a slave (Mississippi) / Daddy ain't at home, no” (“Mamãe dando um jeito / Trabalhando como uma escrava (Mississippi) / Papai não está em casa, não”) traz à tona a realidade de famílias desestruturadas e dificuldades financeiras, mostrando que o personagem sente a obrigação de assumir o papel de provedor diante da ausência paterna e do esforço materno.

A menção a “Michael Corleone” faz referência ao protagonista de "O Poderoso Chefão", simbolizando a necessidade de amadurecimento precoce e de assumir responsabilidades adultas para proteger a família. Já o verso “Hell, I'll do 25 to life / If it makes me a king” (“Droga, eu aceito 25 anos de prisão perpétua / Se isso me fizer um rei”) usa a metáfora de uma sentença longa para mostrar até onde o personagem está disposto a ir por amor e reconhecimento. A música ganhou ainda mais força ao ser interpretada por Zendaya na série "Euphoria", servindo como trilha para a luta da protagonista contra o vício e simbolizando o peso emocional dos sacrifícios feitos por amor próprio e pelos outros. O final, com “And they all lived happily ever after... Grow up” (“E todos viveram felizes para sempre... Cresça”), ironiza a ideia de finais felizes, sugerindo que a maturidade envolve aceitar os sacrifícios reais necessários para proteger quem se ama.