National Anthem

Glamour e crítica social em "National Anthem" de Lana Del Rey

Em "National Anthem", Lana Del Rey utiliza símbolos clássicos do glamour americano, como Bugatti Veyron, os Hamptons e o próprio hino nacional, para construir uma crítica direta ao materialismo e à superficialidade das relações contemporâneas. Ao repetir frases como “Money is the anthem of success” (Dinheiro é o hino do sucesso) e pedir para ser tratada como um “National Anthem” (Hino Nacional), Lana evidencia como dinheiro e status se tornaram quase sagrados, substituindo valores tradicionais por uma busca incessante por poder e validação.

O videoclipe reforça essa crítica ao mostrar Lana nos papéis de Marilyn Monroe e Jacqueline Kennedy, enquanto A$AP Rocky interpreta JFK. Essa escolha conecta romance, desejo, política e tragédia, mostrando como esses elementos se misturam na cultura americana. Referências como “Red, white, blue’s in the skies” (Vermelho, branco e azul nos céus) e “Queen of Saigon” evocam tanto o patriotismo quanto a nostalgia de uma era dourada, mas sempre com um tom de desilusão. O verso “Blurring the lines between real and the fake” (Borrando as linhas entre o real e o falso) resume a ambiguidade central da música: o glamour é sedutor, mas também destrutivo.

Assim, "National Anthem" funciona como um comentário ácido sobre a cultura pop e o sonho americano. Lana Del Rey usa o romance como metáfora para a relação do indivíduo com poder e dinheiro, celebrando o luxo ao mesmo tempo em que questiona sua validade e permanência. Por trás do brilho, a música revela solidão, insegurança e uma busca constante por significado.