Desde Un Ayer a Un Mañana

Memórias e raízes rurais em “Desde Un Ayer a Un Mañana”

“Desde Un Ayer a Un Mañana”, de Lazaro Caballero, explora como a música e as tradições rurais conectam a infância à vida adulta, especialmente para quem cresceu no interior da Argentina. No verso “Guitarra que alguna vez compartió mis soledades / Te llevo en inmensidad dentro del pecho metida” (Guitarra que alguma vez compartilhou minhas solidões / Levo você imensamente dentro do peito), a guitarra é apresentada não só como instrumento, mas como companheira e guardiã de memórias, reforçando o papel da música como refúgio emocional e elo com o passado. O tom nostálgico aparece nas lembranças da casa de infância e dos momentos simples, como tardes ao lado da guitarra e refeições com o pai, valorizados por Caballero, como em “Al padre eterno agradezco, por todo lo antes vivido” (Agradeço ao pai eterno por tudo o que vivi antes).

A letra também destaca a influência do folclore do norte argentino e de artistas tradicionais, como “Los Manseros”, citados em “al ritmo de Los Manseros / Iba amarrando mis sueños al palenque de la vida” (ao ritmo de Los Manseros / Eu amarrava meus sonhos ao poste da vida). Essa referência homenageia o grupo e mostra como a música tradicional moldou seus sonhos e identidade. Metáforas como “La vida va de a caballo poniendo el alma en la armada” (A vida vai a cavalo, colocando a alma na jornada) associam a trajetória da vida à lida rural, sugerindo que viver é como cavalgar, enfrentando desafios e incertezas. Expressões como “pialando recuerdos” (laçando lembranças) e “licencia al vino, embriagador de nostalgias” (licença ao vinho, que embriaga de nostalgias) reforçam a ideia de celebrar as memórias, mesmo que tragam saudade. A canção é, assim, um tributo à infância, à família, à música e à cultura rural, transmitindo gratidão e pertencimento.