Nevermind

Reflexões sobre perda e verdade em "Nevermind" de Leonard Cohen

Em "Nevermind", Leonard Cohen explora as consequências profundas de conflitos, indo além da derrota política ou militar para abordar perdas pessoais e existenciais. A repetição de “The war was lost, the treaty signed” (“A guerra foi perdida, o tratado assinado”) mostra uma aceitação resignada do fim de uma batalha, mas também sugere que a verdadeira derrota é interna. O verso “I was not caught, I crossed the line” (“Eu não fui pego, eu cruzei a linha”) revela uma transgressão silenciosa, marcada por desapego e anonimato, enquanto o refrão “Never mind” (“Deixa pra lá”) reforça a tentativa de minimizar ou esquecer o peso do passado.

A letra discute a ambiguidade da verdade e da memória, como em “There's truth that lives and truth that dies / I don't know which / So never mind” (“Há verdades que vivem e verdades que morrem / Eu não sei qual / Então deixa pra lá”). Cohen reflete sobre como fatos e mentiras se misturam, e como a história é moldada por quem detém o poder. O trecho “You own the world / So never mind” (“Você é dono do mundo / Então deixa pra lá”) critica a indiferença dos vencedores e a insignificância das experiências individuais diante da história oficial. Ao mencionar “Sweet Indifference / Some call Love / The High Indifference / Some call Fate” (“Doce indiferença / Alguns chamam de amor / A grande indiferença / Alguns chamam de destino”), Cohen sugere que tanto o amor quanto o destino podem ser formas de distanciamento emocional. A canção, marcada por um tom sóbrio e melancólico, convida à reflexão sobre o que permanece após grandes rupturas e como o desapego pode ser tanto defesa quanto sobrevivência.