Hammer

Identidade e autoconhecimento em "Hammer" de Lorde

Em "Hammer", Lorde explora temas de identidade e autoconhecimento com uma abordagem direta e contemporânea. Logo no início, versos como “Some days I'm a woman, some days I'm a man” (“Alguns dias sou mulher, alguns dias sou homem”) evidenciam a fluidez de gênero e a busca pessoal por definição, refletindo questões presentes em todo o álbum "Virgin". A metáfora do martelo, presente em “When you're holding a hammer, everything looks like a nail” (“Quando você está segurando um martelo, tudo parece um prego”), sugere uma postura impulsiva diante da vida, onde desejo, energia sexual e vontade de experimentar se misturam, como em “Don't know if it's love or if it's ovulation” (“Não sei se é amor ou se é ovulação”).

Lorde também adota um tom confessional e irônico, especialmente em “I jerk tears and they pay me to do it” (“Eu forço lágrimas e me pagam para isso”), brincando com sua imagem de artista sensível e destacando o papel performático das emoções. O cenário urbano, com referências a Canal Street e ao ritual de furar as orelhas, conecta a narrativa à vida moderna e à busca por autoconhecimento em meio ao caos da cidade. O refrão “I might have been born again / I'm ready to feel like I don't have the answers” (“Talvez eu tenha renascido / Estou pronta para sentir que não tenho as respostas”) reforça o tema do renascimento e da aceitação da incerteza, algo visto como um hino de amadurecimento para quem está no final dos 20 anos. Ao final, a frase “It's a fucked-up world, been to hell and back / But I've sent you a postcard from the edge” (“É um mundo ferrado, fui ao inferno e voltei / Mas te enviei um cartão postal do limite”) resume a ideia de sobrevivência e resiliência, com Lorde celebrando a liberdade de ser autêntica mesmo em meio ao caos.