Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login
exibições de letras 3.404

Construção/Deus lhe pague

Lulo Scroback

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
e atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
tijolo com tijolo num desenho mágico
seus olhos embotados de cimento e lágrima

sentou pra descansar como se fosse sábado
comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
dançou e gargalho como se ouvisse música

e tropeçou no céu como se fosse um bêbado
e flutuou no ar como se fosse um pássaro
e se acabou no chão feito um pacote flácido
agonizou no meio do passeio público

morreu na contra-mão atrapalhando o tráfego

amou daquela vez como se fosse o último
beijou sua mulher como se fosse a única
e cada filho seu como se fosse prodígio
e atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
tijolo com tijolo num desenho lógico
seus olhos embotados de cimento e tráfego

sentou pra descansar como se fosse um príncipe
comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
bebeu e soluçou como se fosse máquina
dançou e gargalho como se fosse o próximo

e tropeçou no céu como se ouvisse música
e flutuou no ar como se fosse sábado
e se acabou no chão feito um pacote tímido
agonizou no meio do passeio náufrago

morreu na contra-mão atrapalhando o público

amou daquela vez como se fosse máquina
beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
sentou pra descansar como se fosse um pássaro
e flutuou no ar como se fosse um príncipe
e se acabou no chão feito um pacote bêbado

morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
a certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

pela cachaça de graça, que a gente tem que engolir
pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira, pra nos louvar e cuspir
e pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
e pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

Adicionar à playlist Tamanho Cifra Imprimir Corrigir

Comentários

Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

0 / 500

Faça parte  dessa comunidade 

Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Lulo Scroback e vá além da letra da música.

Conheça o Letras Academy

Enviar para a central de dúvidas?

Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

Fixe este conteúdo com a aula:

0 / 500

Posts relacionados Ver mais no Blog


Opções de seleção