Se Nosso Nome Fosse Um Verbo (Canibalismo Como Forma de Amor)

Amor visceral e efêmero em “Se Nosso Nome Fosse Um Verbo”

Em “Se Nosso Nome Fosse Um Verbo (Canibalismo Como Forma de Amor)”, da banda Lupe de Lupe, o amor é retratado de forma intensa e quase brutal, usando a metáfora do canibalismo para mostrar como as relações podem ser marcadas pelo desejo de fusão total entre duas pessoas. A ideia de consumir e ser consumido pelo outro aparece de maneira explícita no verso “A dor a gente sente na carne, na carne, na carne”, que destaca o quanto o amor pode ser vivido de forma física, deixando marcas profundas e cicatrizes que permanecem mesmo quando as lembranças se apagam.

O contexto do álbum, que aborda o amor como algo complexo e doloroso, se reflete na letra ao rejeitar idealizações e mostrar o sentimento como algo destinado a terminar: “Todo amor é feito pra acabar / Está escrito nos livros, nas estrelas e no mar”. A música explora a dualidade entre prazer e sofrimento, desejo e arrependimento, como nos versos “O contato do meu corpo duro com o seu molhado” e “Me provocaram a memória de um arrependimento”. O uso repetido da palavra “carne” reforça tanto o desejo quanto a vulnerabilidade, criando uma atmosfera de urgência e entrega. Ao afirmar “Se nosso nome fosse um verbo seria amar”, a canção sugere que o amor é ação e transformação, mesmo que seja passageiro e envolva riscos e dores.