31

Reflexões sobre amadurecimento e identidade em “31”

A música “31”, de Manu Gavassi, aborda o amadurecimento como um processo de desconstrução e fortalecimento pessoal. Logo no início, ao dizer “já acreditei em todo mundo, não importa o que falassem / E matei todas as minhas versões antes que elas me matassem”, Manu revela a necessidade de abandonar antigas identidades para preservar sua saúde emocional. Esse tema ganha ainda mais profundidade ao considerarmos que a canção foi escrita após três anos de mudanças intensas na vida da artista.

A letra também expressa um sentimento de não pertencimento e a busca por autenticidade, como em “sinto que observo o mundo sempre de fora / E que eu nasci no tempo errado, tô presa no agora”. Manu critica a superficialidade de sua geração ao afirmar “corpos magros e sem alma... liberdade parecida com uma prisão”, questionando padrões sociais e a pressão para se encaixar. Ela opta por seguir seu próprio caminho, mesmo que isso traga desconforto: “pra que escolher o mais fácil se eu tô aqui pra transcender e não à venda?”. A repetição de “nada como o tempo” reforça a ideia de que amadurecer traz clareza e aceitação, valorizando cada fase da vida.

Além disso, Manu conecta sua trajetória à resistência feminina ao dizer “minhas ancestrais morreram na fogueira, vou morrer nessa canção”, mostrando orgulho de sua história e da luta das mulheres. O verso “se a ignorância é uma bênção, eu prefiro a maldição” destaca sua escolha por uma postura crítica, mesmo que isso traga desconforto. “31” é um retrato honesto do autoconhecimento, da coragem de ser diferente e do papel do tempo na transformação pessoal.