Seu Espinho e Flor de Tuna

Contrastes e perdas em "Seu Espinho e Flor de Tuna"

"Seu Espinho e Flor de Tuna", de Marcelo Oliveira, explora a dualidade entre delicadeza e proteção ao usar a metáfora do cacto (tuna) para retratar a relação entre os personagens. A letra destaca o contraste no comportamento de Flor de Tuna: “de dia se achava feia, de noite andava bonita”, mostrando que sua verdadeira essência aparece apenas em certos momentos. Isso sugere a fragilidade e a efemeridade dos sentimentos e das relações humanas.

Na canção, os espinhos representam a defesa de Seu Espinho, enquanto a flor simboliza a beleza passageira de Flor de Tuna. Apesar do desejo de Seu Espinho, o amor não é plenamente correspondido, pois Flor de Tuna “se abria quando a lua despontava” e “judiava deles sem dó”, indicando que ela não se prende a um só e encanta a todos ao redor. O final, em que Flor de Tuna é levada por um gaúcho para presentear outra pessoa, reforça o tema da perda e da solidão: “Seu Espinho e outros tantos viram partir seu amor / Não puderam fazer nada, hoje lamentam sozinhos”. A imagem da flor murchando “num copo d’água” simboliza a saudade e a transitoriedade do amor, especialmente quando ele é retirado de seu ambiente natural. A atmosfera regional e melancólica da música ressalta a simplicidade da vida no campo e a dor silenciosa das perdas do cotidiano.