Baião de Viola

Tradição e resistência nordestina em “Baião de Viola”

“Baião de Viola”, de Marinês, destaca a força da cultura popular nordestina ao retratar a vida de um violeiro cego que toca na porta da igreja de Pedreira em busca de esmolas. A música valoriza a dignidade dos músicos de rua, mostrando respeito e empatia por sua luta diária. O verso “Ele não tem a luz dos olhos mais tem inspiração” ressalta que, mesmo diante das dificuldades, a criatividade e a fé são fontes de força. Essa mensagem se conecta à devoção a Santa Luzia, padroeira dos olhos, pedindo proteção para quem enxerga e inspiração para quem não pode ver.

A canção também celebra as festas de São Benedito e a tradição dos violeiros em Pedreira, cidade reconhecida por essas manifestações culturais. O convite para visitar a cidade e participar das festas expressa o orgulho regional e o desejo de compartilhar a riqueza cultural local. Na segunda parte, ao mencionar a Trizidela, a ponte nova e o forró no Biano, a letra transmite o clima acolhedor e festivo do interior, onde música, dança e convivência ajudam a superar as dificuldades. A referência às “negas cheirosas do mocotó ao gogó” reforça o tom de celebração da beleza e da alegria presentes nas festas populares, compondo um retrato afetuoso e autêntico do Nordeste brasileiro.