Mesa de Saloon

Amor e rebeldia em "Mesa de Saloon" do Matanza

"Mesa de Saloon", do Matanza, explora como a paixão pode ser tão intensa a ponto de levar alguém de volta ao crime, mesmo após conquistar a liberdade. Logo no início, a imagem da mulher esperando o protagonista “num conversível com motor ligado / Que acabara de roubar” deixa claro que o reencontro não representa um novo começo, mas sim a retomada de uma vida de fugas e ilegalidades. O clima de faroeste, típico do estilo "countrycore" da banda, aparece tanto na sonoridade quanto na narrativa, que remete aos foras-da-lei do Velho Oeste, com saloons, tiroteios e perseguições.

A letra constrói um ambiente de rebeldia e liberdade, mas também de inevitabilidade. O verso “Com ela não consigo mais viver dentro da lei” resume o conflito central: o relacionamento é irresistível, mas também destrutivo. Imagens como “um saco de dinheiro voa no banco de trás” e “a ponta de cigarro acesa voa lá pra trás” reforçam o clima de ação e fuga constante. O refrão destaca que esse amor nasceu em um ambiente de transgressão (a mesa de bar no saloon) e só pode existir à margem das regras. No final, o relógio que para e a lembrança dos “olhos de menina” sugerem que, apesar do caos, existe uma sensação de paz e completude ao lado dela, mesmo que isso custe a liberdade e a segurança.