E Tudo Vai Ficar Pior

Vingança e ironia após a morte em “E Tudo Vai Ficar Pior”

“E Tudo Vai Ficar Pior”, do Matanza, apresenta uma narrativa marcada por vingança e ironia, ambientada em um cenário de faroeste. O protagonista, mesmo após ser morto durante um jogo de cartas — “Mais uma carta então fazia vinte e um / Mas não com a bala atravessando o meu pulmão” —, não encontra paz. A morte não encerra seus ressentimentos; ao contrário, ele aguarda no inferno pelo assassino, prometendo-lhe sofrimento eterno.

A letra utiliza elementos típicos do universo country-hardcore da banda, como o saloon e o jogo de azar, para simbolizar traição e azar. O tom sarcástico aparece quando o personagem afirma que “nessa vida quando morre é de uma vez”, sugerindo que, embora a vida termine, o desejo de vingança persiste. O verso repetido “Eu tenho a eternidade toda pra fazer / Isso daqui ficar pior” reforça a ideia de que o ciclo de ódio e punição não tem fim. O pacto com o diabo — “E o diabo prometeu você pra mim” — intensifica o clima sombrio e mostra que, nesse universo, até as forças do mal podem ser aliadas na busca por revanche. Assim, a música explora de forma direta as consequências da traição, mostrando que, para alguns, nem a morte basta para encerrar velhas disputas.