Luxúria (part. Xamã)

Conflito entre prazer e vazio em “Luxúria (part. Xamã)”

Em “Luxúria (part. Xamã)”, Matuê e Xamã exploram o contraste entre a sedução dos prazeres e o impacto negativo desse estilo de vida. O verso repetido “Luxúria me estraga, me torna menos de mim” deixa claro o conflito interno dos artistas: ao mesmo tempo em que celebram festas, ostentação e relacionamentos passageiros, reconhecem o preço emocional e a perda de identidade que acompanham esses excessos. Quando Matuê diz “Eu uso óculos no show porque elas querem minha alma”, ele revela que os óculos de sol funcionam como uma barreira simbólica, protegendo sua essência diante do assédio e da superficialidade do meio artístico.

A letra faz referência a temas como o vazio existencial, a inversão de valores e a pressão da fama. Trechos como “todos os valores ao inverso” e “me conectar com o universo, só que tá que tá muito imoral” reforçam o desencanto e a autocrítica, dialogando com a proposta do álbum “Pecado Capital” de Xamã, que aborda os pecados e suas consequências. Metáforas como “vários olhares querendo um pedacinho de mim” e “vários vampiros no camarim” ilustram o desgaste emocional e a sensação de ser explorado pelo próprio ambiente artístico. Assim, a música vai além da exaltação do hedonismo, mostrando também o lado sombrio da busca por prazer e luxo, marcada pela superficialidade e pela perda de si mesmo.