Assim no Más

Resiliência e saudade na vida rural em “Assim no Más”

“Assim no Más”, de Mauro Moraes, retrata a aceitação diante das dificuldades, um traço marcante da cultura gaúcha. O título já sugere essa postura de seguir em frente apesar das dores e saudades. A letra traz imagens do cotidiano rural, como “galopar de moço”, “arrastando alpargatas” e “embriagando mágoas nas águas da sanga”, que mostram tanto a dureza quanto a beleza da vida no campo. Essas expressões reforçam o tom nostálgico da canção, evocando memórias de juventude, amores passados e a luta constante para lidar com as próprias emoções, como em “Esporeei reminiscências com pesadas nazarenas, na esperança que a saudade amansasse as minhas pernas!”.

A música utiliza metáforas do trabalho rural e da natureza, como “arando restevas” e “guardando pra semana o mel da lichiguana”, para mostrar uma vida de esforço, mas também de esperança e satisfação nas pequenas vitórias. A referência à “manhã castelhana que apeei das estrelas” mistura realidade e fantasia, sugerindo que o sonho ajuda a suportar a solidão. No final, a canção valoriza o “achego” – o aconchego e o encontro – como um momento de paz em meio às dificuldades. Assim, “Assim no Más” se destaca como um retrato sensível da alma gaúcha, celebrando a simplicidade, a resistência e a capacidade de encontrar sentido nas situações mais comuns da vida.