Entre a Crina e o Farpado

A Resistência e o Amor no Arame Farpado

A música "Entre a Crina e o Farpado" de Mauro Silva é uma bela metáfora sobre resistência, tempo e amor. A letra narra a história de um cavalo que, ainda potro, teve sua crina presa em um arame farpado durante o processo de doma. Essa imagem inicial já sugere uma luta contra a domesticação e a liberdade, temas comuns em canções que evocam a vida no campo e a relação entre homem e natureza.

A crina presa no arame farpado simboliza a resistência ao tempo e às adversidades. Mesmo com o passar dos anos e as mudanças trazidas pelo vento, a crina permanece firme, representando a força e a resiliência. A letra também menciona a sorte de encontrar um amor, o que adiciona uma camada emocional à narrativa. Esse amor, no entanto, é frágil e está sujeito às intempéries do tempo e das circunstâncias, como indicado pelo arame desmanchado pelas mãos do alambrador.

O desfecho da música, onde o amor se finda entre a crina e o farpado, sugere que, apesar da resistência e da força, algumas coisas são inevitáveis. A ferrugem que não leva o sorriso estampado e o vento que carrega a crina ao céu são imagens poéticas que reforçam a ideia de que, mesmo diante das dificuldades, há uma beleza e uma dignidade que permanecem. A música, portanto, é uma reflexão sobre a passagem do tempo, a resistência e a inevitabilidade das mudanças, tudo isso envolto em uma atmosfera de melancolia e beleza rural.