Weep For Nothing

A recusa do medo da morte em “Weep For Nothing” do Mayhem

"Weep For Nothing", do Mayhem, questiona abertamente o medo e o luto em relação à morte, tratando-a como um evento natural, sem qualquer valor moral ou significado transcendental. Logo no início, a letra afirma: “Death is neither good nor evil / For only what exists can be” (A morte não é nem boa nem má / Pois só o que existe pode ser), rejeitando a ideia de que a morte carrega algum sentido metafísico. O Mayhem desmonta crenças religiosas e culturais sobre o pós-vida, como fica claro em: “All tales of the underworld are lies / No black night remains / No throne of judgment / No God to decree false horror tales” (Todas as histórias sobre o submundo são mentiras / Nenhuma noite negra permanece / Nenhum trono de julgamento / Nenhum Deus para decretar contos de horror falsos). Aqui, a banda nega a existência de punição, recompensa ou qualquer juízo final após a morte, sugerindo que o medo do fim é apenas uma ideia implantada em nossas mentes.

O refrão “Mourning the dead / Is like grieving those / Who never born / Weep for nothing” (Lamentar os mortos / É como chorar por quem nunca nasceu / Chore por nada) resume o ponto central: o luto é inútil, pois, sem existência, não há sofrimento ou perda. A música propõe que a morte é um retorno ao “ancient stillness” (antiga quietude), um estado de paz onde “nothing can frighten” (nada pode assustar). Com um tom direto e sombrio, o Mayhem convida o ouvinte a encarar a mortalidade sem ilusões, vendo o fim como uma libertação do sofrimento, e não como motivo de temor.