Tererê

Provocação e irreverência sexual em “Tererê” de MC Lan

A música “Tererê” de MC Lan é marcada por uma abordagem direta e escrachada da sexualidade, característica do chamado "funk ousadia". O título faz referência à bebida sul-americana tereré, mas, na letra, “tererê-tê” aparece apenas como um refrão sonoro, funcionando como uma onomatopeia que reforça o ritmo e o clima festivo da canção, sem ligação real com a bebida.

Logo no início, MC Lan deixa claro que não pretende suavizar o tema: “Agora cê repara que eu não falei / Fazer amor, eu não falei transar / Eu não falei fazer nheco-nheco / Eu falei fuder”. Essa escolha de palavras mostra a recusa em romantizar o sexo, optando por uma linguagem crua e sem filtros. A letra detalha fantasias e desejos sexuais de forma exagerada, como em “Eu quero levar surra de piroca até semana que vem” e “Quero cú, quero cú, quero cú”, escancarando o desejo por experiências intensas e sem tabus. O humor escatológico e a autodepreciação aparecem em frases como “Eu vou acordar puída / Assada, que nem um fantoche velho”, reforçando o tom debochado e a intenção de chocar.

A repetição de gírias como “meter o louco” e a menção a “meu pau de louco” são exemplos do uso de expressões típicas do funk paulista, ampliando o caráter transgressor da música. Assim, “Tererê” se destaca como uma celebração do sexo sem pudores, marcada pelo exagero, humor e afronta aos padrões tradicionais, elementos centrais na identidade artística de MC Lan.