Manifesto #1 - A Rua Cercada Por Divisão (part. Oruam e Real Fubá)

Impacto social e denúncia em “Manifesto #1 - A Rua Cercada Por Divisão”

A música “Manifesto #1 - A Rua Cercada Por Divisão (part. Oruam e Real Fubá)” de MC Poze do Rodo traz uma crítica direta à realidade das favelas brasileiras, destacando como decisões políticas e institucionais afetam de forma devastadora as comunidades. O verso “A caneta mata mais do que o fuzil” mostra que, muitas vezes, as leis e políticas públicas – simbolizadas pela caneta – têm consequências ainda mais graves do que a violência armada. Esse trecho ganha ainda mais força por ter sido lançado logo após a prisão de Oruam, um dos intérpretes, evidenciando a criminalização e a falta de oportunidades enfrentadas pelos jovens das periferias.

A letra expõe o cotidiano marcado por luto, desigualdade e repressão policial. Versos como “Um menor de fuzil é crítica social / Por que, ao invés de matar, vocês não dá estudo?” questionam a ausência de políticas públicas e denunciam a violência do Estado, sugerindo que o envolvimento de jovens no crime é resultado direto da falta de alternativas. O sofrimento das mães e a indignação diante da indiferença dos mais privilegiados – “esses filha da puta tão rindo na nossa cara” – reforçam o sentimento de injustiça e abandono. Expressões como “diário de um menor, relato de um cria” aproximam o ouvinte da vivência real dos artistas, tornando a denúncia mais autêntica.

O lançamento da música, a pedido de Oruam após sua prisão, e o videoclipe com imagens das favelas ampliam o impacto da mensagem. A faixa se transforma em um manifesto coletivo contra a opressão, exigindo atenção e mudança, e deixando claro que a luta só termina quando “o pobre parar de morrer” e de sofrer.