Promises

Amor proibido e resistência social em “Promises” do Megadeth

“Promises”, do Megadeth, aborda o sofrimento de um amor proibido, usando a imagem de uma cidade-prisão para mostrar como o ambiente social sufoca e vigia o relacionamento dos protagonistas. O verso “Two hearts that shouldn't talk to each other become close / In a town much like a prison cell” (“Dois corações que não deveriam se falar se aproximam / Em uma cidade muito parecida com uma cela de prisão”) deixa claro que o romance desafia normas impostas pela comunidade. Dave Mustaine, vocalista da banda, explicou que a inspiração veio de histórias reais de casais que enfrentam preconceito, como católicos e protestantes na Irlanda, além de relacionamentos inter-raciais e homoafetivos. Assim, a letra ganha um significado universal, tratando de qualquer situação em que o amor é barrado por barreiras sociais ou culturais.

O refrão “I will meet you in the next life, I promise you / Where we can be together, I promise you” (“Eu vou te encontrar na próxima vida, eu prometo / Onde poderemos ficar juntos, eu prometo”) traz um tom de resignação e esperança. Ele sugere que, se a união não for possível nesta vida, ela será alcançada em outra existência. Essa promessa de reencontro reforça o sentimento de impotência diante das restrições do presente, mas também oferece consolo e fidelidade eterna. A crítica social aparece em versos como “Their intentions aren't that good / And I can smell the asphalt / That's their personal road to hell being paved” (“As intenções deles não são tão boas / E eu posso sentir o cheiro do asfalto / É a estrada pessoal deles para o inferno sendo pavimentada”), apontando para a hipocrisia de quem julga os amantes. O tom melancólico e reflexivo da música, junto à narrativa de resistência silenciosa, transforma “Promises” em um lamento por amores impossíveis e uma denúncia das injustiças que impedem esses sentimentos de florescer.