THE BOX MEDLEY 10 (part. Oruam, Borges, NGC Daddy, Pedrin e Js da Torre)

Realidade e ostentação em "THE BOX MEDLEY 10" de Meno Tody

Em "THE BOX MEDLEY 10 (part. Oruam, Borges, NGC Daddy, Pedrin e Js da Torre)", Meno Tody e seus convidados apresentam um retrato direto da vida nas favelas cariocas, usando a violência armada e a ostentação como elementos centrais. O verso “Rouba, trafica, duro não fica, como se fosse um estilo de vida” mostra como o envolvimento com o crime e a busca por ascensão social fazem parte do cotidiano, sem romantização, mas com orgulho de quem superou dificuldades. A referência à “Pavuna, zona de guerra, lado A e lado B” destaca a divisão territorial e a tensão constante entre facções e polícia, temas frequentes no trap do Rio de Janeiro.

O projeto THE BOX, conhecido pela caixa verde e performances ao vivo, é citado na letra como símbolo de status e autenticidade. A frase “Decidiram chamar só real trap pra The Box, né?” reforça que os artistas se consideram representantes legítimos do movimento, trazendo experiências reais e linguagem direta. As menções a marcas de luxo, festas e mulheres – “Domingo tô na Vitrinni com as bloguerinha famosa” e “Carga na bolsa da Gucci, vende, compra munição” – ilustram o contraste entre a origem humilde e o desejo de ostentação, mostrando que consumo e poder são conquistas valorizadas. O duplo sentido em versos como “comedor de filha de polícia” mistura provocação sexual e desafio à autoridade, enquanto a exaltação da violência serve tanto como denúncia quanto como símbolo de respeito nas ruas.