María, María

Resistência e esperança feminina em “María, María”

A música “María, María”, interpretada por Mercedes Sosa, retrata a força e a esperança das mulheres latino-americanas diante das adversidades. A personagem María simboliza milhões de mulheres que enfrentam sofrimento, mas não perdem a capacidade de sonhar e resistir. O verso “María, María, es un don, es el sueño / El dolor y una fuerza que nos alienta” mostra como ela reúne dor e inspiração, representando a dignidade e a resiliência feminina. A composição de Milton Nascimento e Fernando Brant homenageia essa luta diária, destacando a importância da coragem e da persistência.

A interpretação de Mercedes Sosa, marcada por sua história de resistência política e exílio, aprofunda o significado da canção. Trechos como “De una gente que ríe cuando debe llorar / Y no vive, apenas aguanta” (“De um povo que ri quando deveria chorar / E não vive, apenas aguenta”) evidenciam a realidade de opressão e sobrevivência, mas também a capacidade de manter a esperança. A repetição de “hace falta la fuerza, hace falta la raza, hacen falta las ganas siempre” (“é preciso força, é preciso raça, é preciso sempre vontade”) reforça a necessidade de coragem, identidade e vontade para seguir em frente. Ao afirmar que María “posee la extraña manía de creer en la vida” (“possui a estranha mania de acreditar na vida”), a música transforma María em um símbolo universal da esperança e da luta das mulheres, especialmente na América Latina.