Bleed

A experiência do aneurisma em “Bleed” do Meshuggah

A música “Bleed”, do Meshuggah, aborda de forma direta e intensa a experiência de um aneurisma cerebral levando à morte, tema confirmado pelo baterista Tomas Haake. Logo no início, versos como “Beams of fire sweep through my head / Thrusts of pain increasingly engaged” (Raios de fogo atravessam minha cabeça / Investidas de dor cada vez mais intensas) descrevem a dor súbita e crescente do aneurisma. Já “My crimson liquid so frantically spilled / The ruby fluid of life unleashed” (Meu líquido carmesim derramado freneticamente / O fluido rubi da vida liberado) faz referência clara ao sangue vazando no cérebro, elemento central do processo físico retratado na letra.

A sensação de inevitabilidade e perda de controle aparece em trechos como “So futile any resisting tension / As death-induced mechanics propel its growth” (Tão fútil qualquer tensão de resistência / Enquanto mecanismos induzidos pela morte impulsionam seu crescimento), mostrando que lutar contra o aneurisma é inútil. Expressões como “The implement, the device of my extinction” (O instrumento, o dispositivo da minha extinção) e “The terminating clockwork of my gleeful bane” (A engrenagem final do meu alegre tormento) reforçam a ideia de que o próprio corpo se torna agente da destruição. O comando “Bleed – it says, bleed you will” (Sangre – ela diz, você vai sangrar) personifica a doença, transmitindo a sensação de submissão ao colapso físico.

No final, versos como “Falling into the clarity of undoing / Scornful gods haggle for my soul” (Caindo na clareza do desfazer / Deuses zombeteiros barganham por minha alma) ampliam o sofrimento para um plano quase espiritual, onde a morte é acompanhada por vozes de escárnio e sensação de esvaziamento. A letra, junto à complexidade técnica da música, cria uma experiência intensa que retrata tanto o terror físico quanto psicológico de quem enfrenta a morte iminente por um aneurisma.