Ghosts

Perseguição e isolamento em "Ghosts" de Michael Jackson

"Ghosts", de Michael Jackson, explora o sentimento de perseguição e paranoia, indo além do terror sobrenatural para abordar a experiência de ser julgado e excluído. A música utiliza imagens como “há um fantasma no corredor”, “há sangue na escada” e “um caixão quase aberto” para criar um clima sombrio, mas essas referências funcionam como metáforas para a pressão e o escrutínio que Jackson enfrentou da mídia e do público ao longo de sua carreira.

O contexto do curta-metragem dirigido por Stan Winston e coescrito com Stephen King reforça essa interpretação. No filme, Jackson interpreta o Maestro, um personagem com habilidades extraordinárias, perseguido por moradores preconceituosos. Essa narrativa reflete a própria sensação de isolamento e incompreensão vivida pelo artista. Trechos como “quem te deu o direito de assustar minha família” e “quem te deu o direito de balançar minha árvore genealógica” mostram que a perseguição não afeta apenas Jackson, mas também seus familiares. Já frases como “você colocou uma faca nas minhas costas, atirou uma flecha em mim” deixam clara a sensação de traição e agressão. A repetição de “o fantasma do ciúme” sugere que inveja e julgamento são motivações ocultas por trás dessas atitudes. Assim, "Ghosts" transforma o universo dos fantasmas em uma alegoria para as dores de quem sofre preconceito, tornando-se um desabafo sobre incompreensão e medo do diferente.