Ghosts

Memórias e superação em "Ghosts" de Mike Shinoda

Em "Ghosts", Mike Shinoda aborda o tema do luto e da saudade de forma sensível, usando a imagem de "fantasmas" como metáfora para memórias e sentimentos que permanecem mesmo após perdas importantes. O próprio Shinoda explicou em entrevistas que a música não fala de fantasmas literais, mas sim dessas lembranças persistentes. Isso fica claro logo no início, quando ele canta: “This is not about a poltergeist / Not about a phantom that glows at night / But there are things we don’t know and I / Don’t have another choice but an open mind” (Isso não é sobre um poltergeist / Não é sobre um fantasma que brilha à noite / Mas há coisas que não sabemos e eu / Não tenho outra escolha a não ser manter a mente aberta). Aqui, o "fantasma" representa tudo aquilo que continua nos acompanhando, mesmo quando tentamos seguir em frente.

A escolha de usar fantoches de meia no clipe reforça esse contraste entre a leveza visual e o peso emocional da letra, sugerindo que até momentos difíceis podem ser vividos com um toque de humor ou doçura. A repetição de “holding every memory close / Tonight is for our ghosts” (guardando cada memória perto / Esta noite é para nossos fantasmas) destaca a importância de reconhecer e aceitar essas presenças invisíveis do passado. Versos como “I can’t bring back how it used to be / And I know what I do believe / But I’ve already seen what I couldn’t see” (Não posso trazer de volta como era antes / E eu sei no que acredito / Mas já vi o que não podia ver) mostram a aceitação da perda e a busca por significado nas lembranças. O contexto da morte de Chester Bennington, colega de Shinoda no Linkin Park, torna a música ainda mais pessoal, transformando "Ghosts" em um convite para acolher as memórias e sentimentos que nos acompanham, tornando-os parte do processo de cura.