Golden G String

Crítica social e resistência em “Golden G String” de Miley Cyrus

Em “Golden G String”, Miley Cyrus utiliza a imagem da tanga dourada como símbolo para questionar a hipocrisia social em torno da sexualidade feminina. Ao cantar “Yes, I've worn the golden g-string / Put my hand into hellfire / I did it all to make you love me and to feel alive” (“Sim, eu usei a tanga dourada / Coloquei minha mão no fogo do inferno / Fiz tudo isso para que você me amasse e para me sentir viva”), ela expõe como mulheres são pressionadas a se expor e desafiar limites para conquistar aceitação, enquanto enfrentam julgamentos constantes. A escolha desse símbolo revela a ironia de uma sociedade que condena a liberdade feminina, mas tolera comportamentos questionáveis de homens em posições de poder.

A crítica se aprofunda quando Miley menciona “the old boys hold all the cards and they ain't playin' gin” (“os velhos rapazes têm todas as cartas e não estão jogando gin”), apontando para o domínio masculino nas estruturas de poder, especialmente no contexto político dos Estados Unidos durante a presidência de Donald Trump. O verso “So the mad man is in the big chair / And his heart's an iron vault” (“Então o louco está na cadeira grande / E seu coração é um cofre de ferro”) reforça a denúncia contra líderes insensíveis que culpam os mais vulneráveis. Ao ironizar “Maybe caring for each other's just too 1969” (“Talvez cuidar uns dos outros seja coisa de 1969”), Cyrus critica o individualismo atual. Por fim, ao afirmar “I should walk away / But I think I'll stay” (“Eu deveria ir embora / Mas acho que vou ficar”), ela expressa resiliência e a decisão de continuar lutando por espaço e voz, mesmo diante de um ambiente hostil.