I Don't Like My Mind

Solidão e autocrítica em “I Don't Like My Mind” de Mitski

Em “I Don't Like My Mind”, Mitski aborda de forma direta o desconforto de conviver com os próprios pensamentos. A artista revela como tenta evitar a introspecção dolorosa ao “blast music loud” (ouvir música alta) e se ocupar excessivamente com o trabalho, mostrando que essas atitudes funcionam como mecanismos de distração diante de sentimentos de arrependimento e autocrítica, que são temas centrais da música.

Um dos momentos mais marcantes da canção é a cena em que Mitski come um “whole cake” (bolo inteiro) sozinha durante o Natal. Esse ato impulsivo simboliza tanto a autossabotagem quanto a tentativa de preencher um vazio emocional. O ciclo de comer, adoecer e criar mais uma memória desagradável mostra como essas estratégias de alívio imediato acabam se tornando mais um peso mental, “waiting for its turn to talk” (esperando sua vez de falar) quando a solidão retorna. No final, o pedido repetido para não perder o trabalho destaca que a ocupação é uma das poucas âncoras que impedem Mitski de ser consumida pelos próprios pensamentos, evidenciando sua vulnerabilidade e a busca desesperada por alívio diante da solidão e da autocrítica.