Should've Been Me

Reflexão sobre culpa e distância em "Should've Been Me"

Em "Should've Been Me", Mitski aborda a sensação de culpa e arrependimento diante de um relacionamento marcado pela distância emocional. A imagem da "garota que parecia comigo" mostra como a narradora percebe que seu parceiro buscou em outra pessoa aquilo que não conseguiu encontrar nela. Essa figura funciona como um espelho, representando uma tentativa de preencher o vazio deixado pela indisponibilidade emocional da narradora. O trecho “I haven't given you what you need / You wanted me but couldn't reach me” (Eu não te dei o que você precisava / Você me queria, mas não conseguia me alcançar) evidencia o reconhecimento de que, apesar do desejo mútuo, havia uma barreira que impedia a conexão verdadeira entre eles.

A repetição de “I'm sorry, it should've been me” (Desculpe, deveria ter sido eu) reforça o peso do remorso e da autocrítica. Mitski explora o isolamento emocional e a dificuldade de se abrir, mesmo quando há amor, usando a metáfora do "labirinto" para ilustrar a confusão interna e a sensação de estar presa em seus próprios bloqueios. A melodia pop barroca intensifica a atmosfera introspectiva e melancólica, servindo de pano de fundo para a vulnerabilidade da narrativa. Assim, Mitski transforma sentimentos de culpa e limitação emocional em uma reflexão honesta sobre o impacto dessas questões nos relacionamentos.