Lenço

Despedida e autovalorização em "Lenço" de Monarco

"Lenço", composta por Monarco e Chico Santana em 1971, aborda de forma direta a recusa do perdão após o fim de um relacionamento. O gesto de oferecer um lenço à antiga amada, para que ela enxugue suas lágrimas, simboliza o encerramento definitivo da relação e a ausência de qualquer possibilidade de reconciliação. Esse gesto, típico do samba tradicional, reforça a honestidade e a firmeza diante da desilusão amorosa, características marcantes do gênero e do contexto histórico da canção.

A letra é clara ao expressar mágoa e a decisão de seguir em frente: “Pega esse lenço, vai enxugar teu pranto / Já enxuguei o meu, o nosso amor morreu”. O narrador não só recusa o perdão, mas também aponta a falta de sinceridade da outra pessoa, como em “Eu não vejo honestidade em teu semblante / Falsidade isso sim eu vi bastante”. O lenço, nesse contexto, deixa de ser apenas um objeto e passa a representar o fim do ciclo, um consolo que já não faz sentido, pois o narrador já superou sua dor. Assim, "Lenço" transmite uma mensagem de autovalorização e encerramento, sem espaço para dúvidas ou recaídas.