Hoyo

Superação e realidade social em "Hoyo" de Morad

Em "Hoyo", Morad utiliza a referência a Lamine Yamal logo no refrão como símbolo de esperança para jovens das periferias. Yamal, que saiu de um contexto difícil e alcançou sucesso no futebol, representa a possibilidade de superação mesmo diante de adversidades. Morad constrói sua narrativa a partir de vivências pessoais e coletivas, destacando a dureza da vida nos subúrbios. Versos como “madres que no les llega con el sueldo” (mães que não conseguem sobreviver com o salário) e “lágrimas que se le caen al suelo” (lágrimas que caem no chão) ilustram a luta diária das famílias, muitas vezes presas a empregos precários e mal remunerados.

A música também aborda a desconfiança em relação às autoridades e o sentimento de abandono social. Isso aparece em versos como “por eso a la policía la odian” (por isso odeiam a polícia) e “haciendo el bien y no me apoyan, haciendo el mal y me degollan” (fazendo o bem, não me apoiam; fazendo o mal, me destroem), mostrando a sensação de injustiça e falta de reconhecimento, independentemente das escolhas feitas. O clima de tensão nas ruas é reforçado por “todos mirándose serio” (todos se olhando sério) e pelas menções a diferentes nacionalidades, como “pakis y serbio'” (paquistaneses e sérvios), evidenciando alianças e rivalidades no cotidiano. Ao afirmar “represento a los de la calle en el hoyo” (represento os da rua no buraco), Morad se coloca como porta-voz dos marginalizados, retratando tanto as dificuldades quanto a resiliência de quem luta por dignidade em meio à adversidade.