The World Is Yours

Empoderamento e superação em "The World Is Yours" de Nas

Em "The World Is Yours", Nas transforma uma referência marcante do filme *Scarface*—o dirigível com a frase "The World Is Yours"—em um símbolo de empoderamento para jovens negros das periferias de Nova York. Ao repetir "It's mine, it's mine, it's mine / Whose world is this? / The world is yours" (É meu, é meu, é meu / De quem é este mundo? / O mundo é seu), ele não apenas reivindica seu próprio espaço, mas também compartilha essa conquista com sua comunidade. Isso fica evidente nas dedicatórias a bairros e pessoas específicas no final da música. O refrão, com vocais de Pete Rock, reforça a ideia de apropriação coletiva do destino, transmitindo a mensagem de que todos podem ser donos do próprio mundo, mesmo diante das dificuldades.

Nas descreve o cotidiano difícil do Queensbridge, misturando referências a figuras como Gandhi—"I sip the Dom P, watchin Gandhi til I'm charged" (Eu bebo Dom Pérignon, assistindo Gandhi até me inspirar)—com menções a crimes, drogas e sobrevivência urbana. O contraste entre buscar inspiração em líderes espirituais e a realidade dura das ruas revela a complexidade de sua trajetória. Quando ele afirma "I'm out for dead presidents to represent me" (Estou atrás de presidentes mortos para me representar), há um duplo sentido: além de buscar dinheiro ("dead presidents" é gíria para notas de dólar), ele também sugere a busca por reconhecimento e representação em uma sociedade que historicamente marginaliza sua comunidade. Assim, a música é tanto um retrato cru da vida nas ruas quanto um manifesto de esperança e ambição, com Nas se colocando como exemplo de superação e inspiração para outros jovens.