Hijos de la ruina (part. Recycled J)

Rebeldia e identidade marginal em “Hijos de la ruina”

A música “Hijos de la ruina (part. Recycled J)”, de Natos y Waor, traz uma forte declaração de identidade dos artistas como outsiders, rejeitando rótulos e padrões impostos pela sociedade. No verso “Ni rapero ni punky, soy un Hijo de la Ruina” (Nem rapper nem punk, sou um Filho da Ruína), eles deixam claro que não se encaixam em categorias tradicionais, preferindo assumir uma identidade ligada ao caos, ao hedonismo e à autodestruição. Referências como “cristal en el cubata” (cristal no copo de bebida) e menções ao consumo de drogas e álcool reforçam esse estilo de vida intenso e desregrado. Expressões como “quemando los días” (queimando os dias) mostram uma existência vivida sem rumo certo, marcada por excessos e pela sensação de estar desperdiçando oportunidades.

O contexto dos bairros operários de Madrid, de onde vêm os artistas, aparece em versos que falam sobre a luta diária e a desconfiança em relação à sociedade, como “cada vez os odio más a todos” (cada vez odeio mais todos eles) e “te mienten mirándote a los ojos” (mentem para você olhando nos seus olhos). A música mistura crítica social e experiências pessoais, retratando uma juventude que se sente à margem, mas que encontra força e identidade nesse lugar. O refrão, com gírias e termos de rua como “liquin, troquin, chedder, chelen, kinkys, loopings”, cria um clima de união entre quem compartilha essa realidade. Ao mesmo tempo, versos como “corto el bacalao porque voy a cuchillo” (eu mando aqui porque vou com tudo) mostram orgulho e desafio, indicando que, apesar das dificuldades, eles mantêm o controle do próprio destino, mesmo que isso signifique viver perigosamente.