Homem Amarelo

Diversidade e crítica social em “Homem Amarelo” d'O Rappa

“Homem Amarelo”, da banda O Rappa, destaca a riqueza da mistura cultural presente nas comunidades do Rio de Janeiro. A letra faz referência ao “Homem Amarelo do Samba do Morro” e ao “Hip Hop do Santa Marta”, mostrando como diferentes estilos musicais e origens convivem e se misturam no cotidiano local. A menção à “salsa cubana do negro oriental” reforça a ideia de influências globais que se integram à cultura carioca. O refrão, “só misturando pra ver no que vai dar”, resume essa proposta de experimentação e aceitação da diversidade, sugerindo que a identidade cultural nasce justamente do encontro entre diferentes tradições.

Além de celebrar a miscigenação, a música traz uma crítica direta ao preconceito racial. A repetição de “cor da pele? FODA-SE” funciona como um manifesto contra o racismo, deixando claro que a cor da pele não deve ser motivo de separação ou julgamento. O contexto da canção também pode remeter ao traficante Marcinho VP, de ascendência oriental e atuação no Morro Santa Marta, o que adiciona uma camada de ambiguidade à figura do “Homem Amarelo”. Assim, a música une crítica social, valorização da diversidade e um convite à superação de barreiras culturais e raciais.