Ilê Aye

Orgulho e resistência negra em “Ilê Aye” de O Rappa

A música “Ilê Aye”, na versão de O Rappa, traz uma mensagem forte de valorização da identidade negra e de combate ao racismo. Logo no início, a frase “Branco, se você soubesse o valor que o preto tem, tu tomava um banho de piche e ficava preto também” provoca e desafia a sociedade a reconhecer a riqueza da cultura afro-brasileira. Essa metáfora não só ironiza a tentativa de apropriação cultural, mas também deixa claro que certas experiências e saberes da vivência negra não podem ser simplesmente copiados, como reforçado em “E não te ensino a minha malandragem, nem tão pouco minha filosofia”.

A canção mantém o espírito do bloco afro Ilê Aiyê, criado para exaltar a cultura negra e enfrentar a desigualdade racial. Trechos como “Somo crioulo doido somo bem legal” e “Temos cabelo duro somo black power” celebram a estética e a autoestima negra, ressignificando características antes marginalizadas. O refrão “Que bloco é esse? Eu quero saber. É o mundo negro que viemos mostrar pra você” funciona como um manifesto de orgulho e resistência, mostrando que a cultura negra deve ser vista e celebrada. A mistura de ritmos na versão de O Rappa amplia o alcance da mensagem, reforçando que a luta por respeito e valorização segue atual e necessária.