In Taberna Quando Sumus

Hedonismo e crítica social em "In Taberna Quando Sumus"

"In Taberna Quando Sumus", de Carl Orff, destaca a universalidade do comportamento hedonista ao mostrar como pessoas de todas as classes e idades se entregam ao prazer de beber e festejar na taberna. A letra, baseada em poemas medievais, faz um inventário dos frequentadores: “Bibit hera, bibit herus / Bibit miles, bibit clerus” (Bebe a senhora, bebe o senhor / Bebe o soldado, bebe o clero), evidenciando que, diante do prazer, todos se igualam, independentemente de posição social ou moralidade.

Além de celebrar a liberdade e o convívio, a canção traz uma crítica social sutil. Ao ironizar a falta de limites e a fuga das responsabilidades, sugere que a indulgência sem controle pode levar à ruína. Isso aparece nas estrofes finais, que alertam que até quem critica os festeiros será julgado, e que a fortuna gasta “immoderate” (sem moderação) logo se esgota, deixando todos “egentes” (necessitados). A música de Orff, com seu ritmo repetitivo e atmosfera ritualística, reforça tanto o clima de celebração coletiva quanto o tom de advertência, tornando "In Taberna Quando Sumus" uma peça que diverte e provoca reflexão sobre os limites do prazer e a igualdade nas fraquezas humanas.