Mis 36

Autoconhecimento e limites em "Mis 36" de Pablo Alborán

Em "Mis 36", Pablo Alborán usa sua idade como ponto de partida para refletir sobre amadurecimento e autoconhecimento. O título marca um momento em que o artista decide priorizar seus próprios sentimentos e estabelecer limites claros em uma relação. Isso fica evidente no trecho “O me quieres como yo lo hago / O me marcho” (Ou você me ama como eu amo / Ou eu vou embora), onde Alborán deixa claro que não aceita mais relações desequilibradas, nas quais só um lado se entrega de verdade. A canção, segundo o próprio artista e o contexto divulgado na web, funciona como um manifesto sobre a importância de se colocar em primeiro lugar no amor, abordando o tema com sinceridade e vulnerabilidade.

A letra também explora a frustração de se doar a alguém que nunca se mostra por completo, como em “Me enseñaste tus perfiles / Pero, de frente, siempre me faltabas” (Você me mostrou seus perfis / Mas, de frente, você sempre me faltava). Aqui, a ideia de "perfis" sugere que a outra pessoa só revela partes de si, mantendo distância emocional. O verso “Sentí una culpa que no era mía” (Senti uma culpa que não era minha) destaca o peso de assumir responsabilidades que não lhe pertencem, algo comum em relações sem reciprocidade. Ao longo da música, Alborán mostra que, apesar do apego, prefere partir a continuar em um ciclo de promessas não cumpridas, buscando preservar sua integridade emocional. O tom introspectivo e sincero, que o próprio artista descreve como o mais "cortavenas" (de partir o coração) do álbum, reforça a profundidade desse processo de autovalorização e despedida.