Running Out Of Time

Ansiedade cotidiana e autocrítica em "Running Out Of Time"

Em "Running Out Of Time", o Paramore aborda de forma bem-humorada e autocrítica as pequenas falhas do dia a dia, como esquecer compromissos ou chegar atrasado. Hayley Williams se inspira em sua própria dificuldade com pontualidade e organização, especialmente após visitar a casa de Taylor Swift, conhecida por ser extremamente organizada. Essa experiência pessoal serve de ponto de partida para refletir sobre a ansiedade moderna diante do tempo e das expectativas sociais. O verso “Intentions only get you so far / What if I'm just a selfish prick?” (Boas intenções só te levam até certo ponto / E se eu for só uma egoísta?) mostra como a frustração com a própria desorganização pode rapidamente se transformar em autodepreciação, levantando dúvidas sobre se a falta de tempo é apenas uma desculpa ou um problema mais profundo.

A letra faz piada com justificativas comuns para atrasos, como “There was traffic, spilled my coffee, crashed my car, otherwise / Woulda been here on time” (Tinha trânsito, derramei meu café, bati o carro, caso contrário / Teria chegado na hora), e usa expressões como “There was a fire (metaphorically) / Be there in 5 (hyperbolically)” (Teve um incêndio [metaforicamente] / Chego em 5 minutos [hiperbolicamente]) para reforçar o tom sarcástico e realista da música. O refrão “I'm always running out of time” (Estou sempre ficando sem tempo) destaca o ciclo vicioso da pressa, enquanto o questionamento “Why we gotta be in a rush? My watch is just for decoration” (Por que precisamos ter tanta pressa? Meu relógio é só enfeite) critica o ritmo acelerado da vida atual. O videoclipe, com referências a "Alice no País das Maravilhas" e figurinos de Vivienne Westwood, amplia a sensação de surrealismo e deslocamento, simbolizando como a pressão do tempo pode nos fazer sentir perdidos em meio ao caos.