Amores Viejos

A Nostalgia dos Amores Simples em 'Amores Viejos' de Pascual Contursi

A música 'Amores Viejos' de Pascual Contursi é uma reflexão nostálgica sobre os relacionamentos do passado, comparando-os com os valores e expectativas dos tempos modernos. Contursi, um dos pioneiros do tango, utiliza sua habilidade lírica para pintar um quadro vívido das dificuldades e simplicidade dos amores antigos, em contraste com a superficialidade percebida nos relacionamentos contemporâneos.

No primeiro verso, Contursi descreve as 'minas veteranas', mulheres que, apesar das dificuldades, não reclamavam e se contentavam com o pouco que tinham. A imagem de viver em um 'cotorro' (um pequeno quarto) com uma 'pobre catrera' (cama simples) sem colchão, ilustra a precariedade e a humildade dessas vidas. A falta de comida ('sin morfar') e a necessidade de enganar o estômago com mate amargo são metáforas poderosas para a escassez e a resiliência.

O segundo verso continua a explorar essa temática, destacando a solidariedade e o consolo encontrado na companhia um do outro, mesmo em tempos de 'mishiadura' (pobreza). A cama, embora simples, se torna um símbolo de conforto e refúgio em meio às adversidades. Essa parte da letra enfatiza a profundidade emocional e a autenticidade dos relacionamentos de outrora, que se sustentavam na lealdade e no apoio mútuo.

No último verso, Contursi lamenta a mudança nos valores das mulheres modernas, que agora desejam 'vestidos e riquísimas alhajas' (joias caras) e carros luxuosos para passear pela cidade. Essa crítica à superficialidade e ao materialismo reflete uma saudade dos tempos em que os relacionamentos eram baseados em sentimentos genuínos e não em bens materiais. A música, portanto, é uma ode à simplicidade e à autenticidade dos amores antigos, contrastando-os com a superficialidade dos tempos modernos.