Despite Repeated Warnings

Crítica política e ambiental em “Despite Repeated Warnings”

Em “Despite Repeated Warnings”, Paul McCartney utiliza a figura do “capitão louco” como uma metáfora clara para líderes políticos que ignoram alertas científicos sobre as mudanças climáticas, com destaque para Donald Trump, conforme o próprio McCartney revelou em entrevistas. O verso “The captain won't be listening to what's being said” (“O capitão não vai ouvir o que está sendo dito”) reforça essa crítica à teimosia e à recusa em ouvir especialistas, enquanto a tripulação representa a sociedade e os cientistas que tentam alertar sobre o perigo iminente.

A música transmite um clima de urgência e frustração, especialmente nos versos repetidos “What can we do?” (“O que podemos fazer?”) e na imagem do engenheiro preocupado com sua família, que percebe o risco, mas se sente impotente diante da autoridade do capitão. O trecho “The captain's crazy, but he doesn't let them know it / He'll take us with him if we don't do something soon to slow it” (“O capitão é louco, mas não deixa que eles saibam / Ele vai nos levar junto se não fizermos algo logo para desacelerar isso”) deixa claro o perigo coletivo da inação. A referência ao “red sky in the morning” (“céu vermelho pela manhã”) usa um antigo sinal de alerta para marinheiros como metáfora para sinais evidentes de crise ambiental que são ignorados. No final, a união da tripulação para deter o capitão simboliza a força da mobilização popular e a esperança de que a vontade coletiva pode reverter decisões desastrosas, reforçada pelo refrão “Yes, we can do it” (“Sim, nós podemos fazer isso”) e pelo encerramento em “It's the will of the people” (“É a vontade do povo”).