Simbora
Paulo Bifone
Sou cão sem dono, um bicho do mato
Passarinho livre e ando por aí
E é desse jeito que eu levo a vida
Meio vagabundo, eu e o violão
Por onde passo às vezes não agrado
Mas sempre agradeço a quem me deu a mão
Pois se tem uma coisa que admiro
E é gente que eu gosto
É de bom coração
Mas simbora logo ali adiante
Pois não fico muito no mesmo lugar
Quem sabe a gente se vê outro dia
Noutra sintonia, em outra canção
Quem sabe a gente se vê outro dia
Noutra melodia, em outra estação
Não ganho muito, mas o que eu tenho
Dou muito valor e não abro mão
E até o pouco que aprendi na vida
Guardo a sete chaves no meu coração
Sei que sou um pouco descuidado
Quantos às aparências ligo muito não
O que eu gosto mesmo é simplicidade
Nas futilidades não vejo razão
Não acredito muito no destino
E sim no caminhar que mostra a direção
Não se trata de andar sem rumo
Mas sempre seguir a minha intuição
Se você pensa que sigo sozinho
Aí é que se engana, não há solidão
Anda comigo a alma de um menino
Que vive sorrindo, sempre brincalhão
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