Sinister

Poder e sedução sombria em “Sinister” do Pentagram (USA)

A música “Sinister”, do Pentagram (USA), aborda o fascínio pelo poder absoluto e pelo domínio das forças ocultas, usando referências à feitiçaria e ao ocultismo para criar uma atmosfera ameaçadora. O trecho “I cast my spells on endless nights / They call me lord with my hands on fright” (“Lanço meus feitiços em noites sem fim / Eles me chamam de senhor com minhas mãos no medo”) mostra um personagem que exerce controle tanto pelo medo quanto pelo magnetismo, colocando-se acima dos outros, como reforçado em “How no one is over lord to me” (“Como ninguém é senhor sobre mim”). Elementos como olhos brilhantes e serpentes, presentes na letra, remetem ao imaginário clássico do doom metal, onde o proibido e o misterioso são fontes de poder e sedução.

A canção também sugere um duplo sentido sexual e ritualístico, especialmente em “My tool is a serpent which to bear my child / A virgin is chosen just to drive me wild” (“Minha ferramenta é uma serpente que irá gerar meu filho / Uma virgem é escolhida só para me enlouquecer”). A serpente pode ser vista tanto como símbolo fálico quanto como referência à tentação e ao pecado, temas comuns no gênero. O personagem central se apresenta como “priest of hell” (“sacerdote do inferno”), alguém que desafia normas religiosas e se coloca como agente de dominação, capaz de “make a slave of you” (“fazer de você um escravo”). Nos versos finais, a música questiona a clareza e o controle sobre o próprio destino diante da morte: “They say you’ve got to die to live on / And when your time is near / Will you ever be sure / Can you see things quite clear” (“Dizem que você precisa morrer para continuar vivendo / E quando sua hora estiver próxima / Você terá certeza? / Consegue ver as coisas claramente?”). Assim, “Sinister” explora tanto o poder sedutor do oculto quanto a vulnerabilidade humana diante do desconhecido, temas centrais na identidade do Pentagram e do doom metal.