
Mel de Engenho
Pinduca
Hierarquia e sensualidade em “Mel de Engenho”, de Pinduca
Em “Mel de Engenho”, Pinduca usa um aviso de segurança como isca de humor. Quando alguém grita “O mel salpica na senhora”, soa como cuidado com a caldeira fervente, mas carrega o duplo sentido típico do carimbó, que brinca com a sensualidade sem escancarar. A presença do “seu doutor” puxa a conversa para a hierarquia e o cansaço do batente: “Segunda feira chega dez trabalhador / Nessa canseira lá se vive seu doutor”. A letra fala do engenho por quem vive o ofício, ironizando o olhar de quem manda e exibindo a dureza do dia a dia no ritmo da roda.
O cenário de trabalho aparece em detalhes: “O meu engenho é movido à bulandeira / Se quebra cana de segunda à sexta feira”. O “mel de engenho” é o xarope espesso anterior à cristalização do açúcar, muito usado na culinária do Nordeste. Surge um veterano zeloso que “faz o maior esforço pra não dar mel à ninguém”, gesto literal — proteger o produto, evitar desperdício — e também estratégia: afastar curiosos com o argumento da segurança, “Sai de perto da caldeira pode o mel lhe salpicar”, sobretudo quando entra “uma senhora”, reforçando a graça ambígua do refrão. Como “Rei do Carimbó Estilizado”, Pinduca converte suor e tensão em festa: batida de roda, influência caribenha do carimbó paraense, repetição chamativa (“Repete toda”). A história ganha balanço sem abandonar o retrato do trabalho.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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